quarta-feira, 9 de junho de 2010

A mesmíssima mesmice

Taí a Copa pra começar e, como de hábito, duas semanas antes uma horda de jornalistas de todas as partes do mundo arrumam suas malinhas e partem em sua árdua tarefa de fotografar, passear, comprar lembrancinhas, bajular jogadores, técnicos e quem mais aparecer pela frente de câmeras e microfones, isto quando não desandam a entrevistar uns aos outros, em verdadeiros furos ao jornalismo. Só nesta semana, já tivemos a grata experiência de ouvir besteiras do porte de uma pergunta sobre se os goleiros do Brasil são iguais ou se pensam alguma coisa diferente. Já nos arrepiamos com uma moça da Globo que quase teve um troço ao narrar que um dos nossos craques disse que estava lá para ganhar. Já pudemos conhecer o que pensa um barbeiro que corta cabelos atrás de um muro onde está hospedada a seleção. Já nos espantamos com a realidade social africana, onde pessoas vivem nas ruas e em favelas, o que deve ser espantoso para quem, como nós, não estamos acostumados com isso. Só falta agora o Dunga ou um de nossos outros anões sofrer um piripaque como o do Ronaldão naquela outra Copa e não ter um jornalista entre os milhares todos para ao menos investigar o que teria acontecido. Como fazer, se o negócio é só ser sabujo?

Alvíssaras! Perdemos mais uma...

Ufa! Finalmente ontem o Brasil foi derrotado em sua tentativa de meter a colher no problema lá da Pérsia, sobre a qual outro dia foi lançado um filme - O príncipe da Pérsia - que felizmente não tem nada a ver com o Lula. Mas ontem, como dizia, foi um dia de derrotas para o Brasil, segundo palavras de um comentarista de bigode da Globonews. A primeira não há meio de me lembrar, a segunda dizia respeito à goleada na vitória das sanções contra o Irã, impostas pelos Estados Unidos da América do Norte e suas ramificações nos meios de comunicação aqui do Sul. Foi pro beleléu o esforço do Brasil e da Turquia para a assinatura de um acordo com o presidente maluco iraniano, que já deve estar por lá pensando no que fazer para atazanar o que ele chama de "inimigos" americanos. Quanto a nós, pode ser só coincidência, mas a mesma mídia que nunca disse que tinha havido vitória alguma na assinatura do acordo agora exagera em uma suposta "derrota" do Brasil, como se não fosse possível prever o que viria lá dos xerifes do mundo.