quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Uma viagem sem sair do lugar

Pode até ser que pensar para o bem não cause lá grandes efeitos, mas pensar para o mal com força dá certo que só vendo. Estamos em viagem do que se supunha seriam férias, apesar dos largos avisos, caras e bocas de sempre a dizer que tudo vai dar errado, nada vai dar certo e revoguem-se todas as outras frases contrárias. Tiro e queda (felizmente, não a do avião): hospedagem na casa de amigos com prazo de validade curtíssimo (prazo referente às artes de anfitriar e - vá lá - de amizade mesmo, que não era lá essas coisas); na primeira oportunidade, fomos quase postos pra fora, naturalmente com a maior das elegâncias; um dia de chuva intermitente a beira-mar e todos os vaticínios de que seriam todos os dias; doenças, mal-estares, alergias, tudo acontecendo ao mesmo tempo; reserva de carro não-confirmada para uma possível viagem ao sul da Bahia em função de limites de cartão de crédito; pedido de socorro ao pretenso amigo provocando quase que uma hecatombe emocional; dias sequentes de sol a pino fazendo lembrar que estas praias afinal não são boas... Tem mais, mas fiquemos por aqui. A tudo isso, some-se o acompanhamento do drama de uma minha madrinha, a oscilar em unidades de terapia intensiva, lutando para sobreviver. Foi como o caso da maquininha fotográfica que insistiu em vir na viagem: não registrou nenhuma passagem, ou quase nenhuma, por causa de um defeito qualquer. Ela é que estava certa: registrou o que tinha para registrar, no nada que foi o que pensamos que pudesse ser.  

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

O Feliz Natal e o seu vizinho

Deixemos de lado tudo que torna o Natal insuportável: a Simone, o Lennon e outros menos, mas igualmente chatos. Se nos dedicássemos apenas a refletir sobre a simplicidade do que ele significa e nos convencêssemos de que um pouquinho deste espírito de fraternidade melhor distribuído pelo ano afora, se fizéssemos apenas isso já estaríamos dando um bom passo rumo ao tal feliz ano novo que sempre se avizinha do Natal. Simples assim: um tiquinho de espírito de Natal fora do Natal igual a tantos dias mais de Ano Bom. Viram como escrever é fácil?

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Deus do céu, lá vem a Veja de novo

Não se pode tomar a parte pelo todo. A generalização não é boa conselheira. Estas e todas aquelas outras verdades que nos perseguem consideradas, resta o fato de que há algo mais do que supõe a nossa vã filosofia nos materiais escritos na revista Veja, principalmente no blog do jornalista Reinaldo Azevedo. Leiam, leiam, leiam e vejam que há algo naquela arrogância institucional completamente acima de qualquer limite que indica os mesmos sintomas do que faz com que o Brasil seja o que seja: o país do eterno futuro. Porque o presente será sempre deles. O tom, a retórica, a agressividade com um sorriso e um joguinho de palavras, tudo é absolutamente próprio dos que sabem que já ganharam, ganham e continuarão ganhando sempre, sempre, sempre. Até aceito continuar sendo o derrotado que não perde a esperança, mas será que não dava pra ser com um pouco menos de cinismo?

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

É-cam-pe-ã! (repita 3 vezes!)

Uma raquete, uma ou mais bolinhas, uma rede no meio.
Tudo muito simples pra ser tão complicado. Há tempos, bem tempos, descobri que poucos esportes podem representar melhor a vida do que o tênis. E - para azar do esporte - me pus a jogar o que pensava que sabia. Quando a outra parte da minha vida, depois de ter-me dado uma primeira raquete (e me dado bola também, o que foi melhor...), deu-se uma pra si também, estava escrito que dali daquela casa surgiria um tenista. Claro que foi ela. Ontem, depois de denodados dias, meses, anos de treinamento, eis que nossa representante venceu seu primeiro torneio, com uma avassaladora vitória sobre quem-não-importa por humilhantes 7-6 e 6-4. O primeiro troféu, a primeira saia-com-short-e-blusinha-não-justa, o primeiro mundo a seus pés, a começar pelo marido-quase-tenista. Valeu, Lu! Vou mandar pro seu Orkut.

Queime, que é a sua cara.

Respondo a uma das minhas milhões de observadoras, via blog,
que disse ter ido assistir o último filme dos Coen, os irmãos brothers,
o Queime depois de ler. Diz ela, me conhecendo tão bem, que a fita
é a minha cara. Acho que parece mesmo, sem saber definir o que
isto significa, mas o humor diferente, a crítica um tanto abusada,
o meio descompromisso com algumas coisas que deveriam ser
levadas mais a sério (quais mesmo?), tudo leva a um certo tipo
de identificação. Não só em mim, mas também em quem disse
que isso parece comigo. Comigo e consigo, diria.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Um ex-desqualificado

É assim que me sinto, ou que me fizeram sentir.
O certo é que desfiz-me de uma carga, grande carga.
Esta, a boa nova.
A outra, não de todo má, é que na esquina à frente, outra carga me aguardava, toda pimpona e com laço de fita no topo.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Não entendemos nada

Claro que todo mundo já percebeu, mas salta aos olhos e ao fígado o fato de alguns colunistas e blogueiros como dois a quem este escrevinhador já se referiu - ambos não tão importantes, mas potecializados por uma revista de tanta importância - utilizarem-se daquela velha jogadinha de escolher um determinado personagem em voga e fazerem a não menos velha escadinha: falo mal (ou bem) deles, desde que gere polêmica, e assim surfo na mesma onda. Outras palavras: o equivalente a fazer o que eu estou fazendo agora, falando dos colunistas que falam de outros personagens, como se os meus personagens fossem os colunistas, entenderam? Nem eu.